Eu leio porque…

Leio porque há um universo de possibilidades nos livros.

Uma porta que se abre para outras realidades, outras vidas, outros tempos, outros mundos.

Leio porque há histórias lindas que merecem ser contadas.

Histórias que me tocam profundamente e aquecem meu coração. Que me fazem rir e muitas vezes chorar – aquele choro de soluçar, não importa se dentro de ônibus, metrô ou na calada da madrugada.

Histórias reais e de fantasias, que me levam para outros lugares – alguns tão mágicos que é difícil querer voltar, alguns tão reais dentro de mim que chega a assustar.

Histórias que me trazem novos e bons amigos – e em vez em quando, até alguns inimigos. Que me apresentam personagens tão queridos, pessoas com quem adoraria tomar um café no final da tarde.

Leio porque é o lugar onde aprendo, sou desafiada, fico indignada, me transformo.

Leio porque sou apaixonada pelas palavras e pela magia que elas provocam em mim.

Leio porque depois que um livro fecha, a história, para mim, nunca acaba.

Fechando um livro (ou um capítulo?)

imagesImagem dramática… please, leia como um “See you soon”

Oiê! Depois de tanto tempo, estou até meio constrangida de como cumprimentá-los rsrs

Estão bem? Como foram de festas? E a expectativa para 2020? Espero que as melhores! 😉

Por aqui, há também muita expectativa e esperança. 

E elas surgem junto com aquela pausa de começo de ano, em que aproveito para organização e definições para o novo ano. 

O bacana é que, neste ano, esse momento tem sido tranquilo, sem ansiedade. Há muito o que desejo viver, coisas sobre as quais devo agir… mas estou bem consciente das minhas limitações, das barreiras que posso encontrar, de que haverá imprevistos e, inclusive, possibilidade de mudança de direções… mas estou bem com isso, sabe? Poderia chamar isso de amadurecimento. E de confiança!

E neste processo, também aproveito para pensar no ano que passou e ver o tanto de coisa boa que aconteceu (tenho muito a agradecer a Deus), o que fluiu bem, como me afetaram aquelas coisas mais complicadas que fazem parte do caminho, o que não saiu do campo das ideias e planos, acertos e erros.

E aí, nessa análise de várias vertentes da minha vida, fico feliz que uma das partes preferidas não foi deixada de lado. Ao longo do ano, entre idas e vindas do trabalho, alguns momentos tranquilos em casa e outros angustiantes em voos, desfrutei da companhia de 40 livros (bem, não quero ser o tipo de pessoa que pensa que quantidade é importante… mas esse dado fará sentido para uma conclusão mais a frente, ok?).

Destes, quero compartilhar com vocês sobre esses livros que vivi:

Dom Quixote de La Mancha, de Miguel Cervantes. Esse foi um achado, edição X, que comprei de um cara no metrô por R$ 5,00! Foi uma das leituras mais prazerosas da minha vida! 

FanGirl, de Rainbow Rowell. Comprei para uma amiga de presente de Natal. Aí, pensei: “ah, dá tempo de ler antes de dar para ela” (às vezes faço essa arte rsrs). Acontece que curti tanto o livro, que acabei querendo ele na minha prateleira (e assim, precisei comprar outro pra dar de presente). Foi uma leitura suave, divertida, me levando para os amores e dramas do universo adolescente. E acredito que tenha lido a cena de 1º beijo mais fofa de todos os livros. ❤ Fiquei apaixonadinha pelo Levi, e super orgulhosa da Cathy

– Segundo Eu Me Chamo Antônio, de Pedro Gabriel. Sou fã da poesia, do jeito do PG fazer arte com as palavras… ele tem umas sacadas ótimas e uma sensibilidade tamanha. O que fez a leitura ainda mais especial foi que eu a fiz em companhia do meu sobrinho mais velho. Foi aquele tipo de momento que gravamos no coração, sabe?

As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky. Eu já tinha assistido ao filme (há eras) e o livro apareceu lá em casa e ficou por eras também. Mas que bom que ele foi parar na pilha “PENDENTES”. A história é pesada, por vários ângulos. E tudo o que a gente quer é só dar um abraço no Charlie. Algo que me marcou muito nesse livro foi um poema… gente, eu li, mas chorei tanto, tanto… estava no metrô e estava vendo a hora de alguém me perguntar se eu precisava de ajuda (mas ngm perguntou. e de certa forma, é essa a questão… apesar de muitas bandeiras levantadas, são poucos os que estão realmente atentos aos outros, dispostos a estender um lenço de conforto…)

do universo à jabuticaba, de Rubens Alves. Os livros que tive a oportunidade de ler do Rubem Alves sempre me tocaram e me trouxeram boas reflexões. 

Crer ou não crer, do Padre Fábio de Melo e Leandro Karnal. Uma conversa agradável e respeitosa.. me senti senta da à mesa tomando um cafezinho entre amigos.

O Contrabandista de Deus, do Irmão André. É um livro autobiográfico e estava na minha lista há anos, mas não encontrava pra comprar. Enfim, chegou às minhas mãos, e foi muita alegria ler sobre a vida de alguém que me inspira, que tanto serviu e serve à igreja. Uma semente que ele plantou, quando jovem, e que se estendeu por todo o mundo! Sobre ele, podem saber aqui.

– A Garota do Lago, de Charlie Donlea. Em vez em quando gosto de pegar um suspense. E esse valeu a pena, fui surpreendida com os desfechos finais. Mas estou lendo um outro do autor (Deixada para trás) e está muito chato. Aff!

Almas Gêmeas, de Nicholas Sparks. Bem, desde que me reconciliei com Sparks, fico ansiosa quando há um novo romance. A história de amor , e foi muito bom viajar para um cenário além da tradicional Carolina do Sul de suas histórias.

2019 também foi um ano de releituras…. 

– Do Brennan Manning (um dos meus queridos), foram 3: O anseio furioso de Deus, A assinatura de Jesus e Convite à Loucura (tenho um carinho especial por este livro, foi através dele que conheci o Brennan… era um empréstimo, mas que depois virou um presente). Ler algo do Brennan, mesmo que depois de não sei quantas vezes, sempre toca meu coração, como se fosse a primeira vez. Ele me ajuda a lembrar o quanto o amor de Deus é grande, e é por mim ❤

Amor de Redenção, de Francine Rivers. Um dos meus romances preferidos. Tem um post dele aqui

Outros autores que fizeram companhia: C. S. Lewis, Adélia Prado, Braulia Ribeiro, Dale Carnegie, Frei Betto, Khalil Gibran, Jane Hawking, Mary Shelley (e teve mais alguns…).

Relacionar os posts, de certa forma, me fez reviver as histórias marcantes que li 🙂

Mas o objetivo desse post é outro…

Lembra daquele número lá em cima? 40 livros lidos? 

Pois bem… vou chegar lá!

Eu amo ler! Amo conhecer e me apaixonar por personagens. Amo viver seus dramas, descobrir seus segredos, lutar suas batalhas. Amo viajar por outros mundos e épocas. E esse amor, meu bem, não acaba não. Fecho um livro, sofro, suspiro… mas logo estou com outro na mão. 

Eu amo escrever. Gosto de brincar com as palavras, com as rimas, ajustar ou simplesmente deixar fluir… e quando está ali, o texto pronto (seja uma poesia, uma carta, uma homenagem, uma frase), ah, que prazer!  É assim que eu sinto, que desabafo, que peço aconchego. É assim que eu amo. E quando alguém me diz como um texto meu alcançou seu coração, como traduziu o que gostaria de expressar, sinto muita gratidão a Deus, pois sei que foi Ele quem meu deu esse dom, de tocar as pessoas por meio das palavras. E quero honrar bem esse talento/chamado/missão enquanto viver (aproveitando, podem acompanhar minhas poesias e pensamentos aqui). 

E então, olhando para esse Blog, depois de 2 anos com apenas 2 posts publicados, percebo que a conta não está batendo. Amo ler. Amo escrever. Mas escrever sobre o que li já é outra coisa… talvez tenha rolado só uma paixonite. Ou tenha sido amor “infinito enquanto durou”.

Até pensei que poderia resolver o “X” da questão com perseverança. Mas tem hora que precisamos mesmo aprender a abrir mão. Vejo que é um projeto que já não tem feito mais sentido. Caso contrário, sei que daria um jeito! E como me deixa triste ver algo negligenciado e abandonado, sei que o mais saudável e sábio é fechar esse ciclo (que foi muito bonito e me trouxe muita coisa boa, inclusive pessoas do bem!). 

Para 2020, quero colocar minhas energias, disposição e tempo no que realmente faz sentido para a Alessandra de hoje. Não quero perder de vista o que é prioritário! E para isso, sei que me fará bem deixar o caminho mais livre. Começo com o blog, que aparentemente é o mais simples da lista rsrs

Talvez um dia volte por aqui, mas por agora, não tenho essa intenção. A página do face vai ficar aberta, de boa. É um espaço que talvez eu use para postar algo bacana relacionado ao mundo maravilhoso dos livros, ou apenas um trecho de algum livro que li (inclusive, no meu insta pessoal eu já costumo fazer isso, postando stories dos livros que estou lendo, frases e tals)..

Já o Blog, ele sai das “minhas preocupações e cobranças” para o novo ano. Sem culpa e sem sofrer mais do que o necessário. 

A você que chegou até aqui e que acompanhou o Blog, meu muito obrigada!!!! Eu continuarei por aí, acompanhando o que vocês tem leito, vivido, escrito, viu?!

Beijão.

🙂

Tartarugas até lá embaixo, de John Green

Oiê! No meio do feriadinho, um tempinho pra contar sobre uma das leituras recentes 🙂

Desde “A Culpa é das Estrelas”, tenho acompanhado as publicações do John Green (e filmes baseados em suas histórias) sempre com muita expectativa (o meu preferido é “Cidades de Papel”, o livro, não o filme). Então, “Tartarugas até lá embaixo”, lançado no Brasil no final de 2017, estava na minha lista de “próximas leituras” há um bom tempo. Mas como estava enrolada com tanta coisa, acabou ficando e ficando… foi quando numa conversa com uma amiga, ela me diz:

– Sabe que você é tipo a personagem do livro que eu li?

Pois bem. O livro era “Tartarugas até lá embaixo”. E a personagem, Aza Holmes.

E assim, furando a fila, vamos lá ler o livro e descobrir a tal semelhança.

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O livro conta a história da adolescente Aza Holmes, que junto com sua amiga Daisy, é atraída pelo mistério de desaparecimento do pai de um colega da escola, empresário envolvido num escândalo financeiro.

O tal colega é Davis, que até já tinha sido amigo da Aza, quando mais novos. Então, nessa busca de encontrar o Sr. Pickett, Aza e Davis passam a compartilhar segredos, angústias.., Ele se redescobrem e reativam a amizade (spoiler bem previsto: e se envolvem em um amor adolescente).

Bem, mas a história não é tão simples assim. Aza sofre de ansiedade e TOC – Transtorno Obsessivo-compulsivo. É impossível para quem está lendo não sofrer junto em suas crises. Para quem passa por situações de ansiedade, preocupações excessivas e medos ilógicos (como eu – daí a semelhança), a angústia é ainda maior. Porque você consegue se ver na cena…

A metáfora usada pelo Green para esses momentos de crise é muito apropriada. De fato, é como uma espiral, que quando entra, é difícil de sair. É pensamento que chama pensamento, e chama mais um, e quando se vê, você já está consumida pelo medo, pela aflição, pelo desgaste emocional. Alguns chamam de drama, de frescura… o que só faz crescer o pânico de ser assim, algo que não escolhemos para nós, que temos que lutar dia a dia, e muitas vezes, sozinha. Foram muitas as vezes que eu já chorei pelo simples fato de ouvir alguém dizer“Menos, Alê“. Foram muitas as vezes que me magoei por esse meu jeito (ou momento) ter virado motivo de piada.

Outro ponto que me chamou a atenção é a abordagem que Green fez sobre a amizade de Aza e Daisy. Não há dúvidas de que há amor entre as duas. Mas é uma relação que sofre… Daisy se sente de lado, sufocada pelos problemas da Aza. E Aza já está tão sufocada em si mesma que não consegue ver as necessidades da amiga. Mas como citei, há amor entre as duas, e elas vão conseguir superar isso e vão permanecer leais uma à outra.

Inclusive, é o amor que tanto ajuda Aza em seus dias difíceis. O amor presente da mãe, o amor lembrança do pai, o amor meio sem jeito de Davis, o amor que confronta da amiga…

“Amar não é uma tragédia ou um fracasso, mas um presente… nada nesse mundo é merecido exceto o amor, que o amor é ao mesmo tempo como e por que você se torna uma pessoa”.

A cena final do livro me tocou de uma maneira bem especial, dá ver que foi escrita com muito carinho, como se Green estivesse abraçando Aza… E deve ter sido assim mesmo, considerando que o próprio Green sofre dos transtornos de sua personagem desde a infância.

Bem, fiquei feliz (e aliviada) com o final que Green deu para Aza. Nem tudo está perdido! Haverá dias e fases mais difíceis, mas há sempre “esperança, mesmo que seu cérebro lhe diga não“.

Bjs